A legalização ilegítima da eutanásia

Vem aí  a legalização da eutanásia. Para já, em circunstâncias definidas pelo legislador; para já, não em qualquer situação, apenas por pedido.

Sabido que a eutanásia compromete de forma inexorável o respeito pela maior das conquistas civilizacionais, o direito à vida, e que põe em causa a centralidade da ética na vida de cada um e de todos, não será por passar a ser legal que a eutanásia e qualquer forma de eliminação física de um ser humano por outro ser humano passará a ser legítima. Mesmo que venha a ser permitida por lei, não deixará de ser iníqua, isto é, perversa e injusta.

Nenhum argumento a justifica; o respeito pela dignidade, a compaixão pelo sofrimento, materializam-se por outras formas.

Defensores da eutanásia exibem um despudorado e arrogante desprezo pelo maior de todos os valores. Ninguém é dono da vida! Não pedimos para nascer! Apenas recebemos a vida como um dom que temos que administrar. A legalização da eutanásia é apresentada como sinal de modernidade, ao dar primazia à autonomia, mas há limites à autonomia como a liberdade (é impensável decidir ser escravo!) e a vida.

Será negro o dia em que séculos de civilização recuam abrindo-se a um caminho em que muitos pesadelos são possíveis. Na consciência dos legisladores há-de pesar esta decisão. 

MAE - Movimento Acção Ética

09 de Dezembro de 2022